No episódio do podcast Isso é Fantástico, do Fantástico (G1/Globo), Renata Capucci e Maria Scodeler receberam o psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame a Sua Mente, para explicar como surgem os sintomas da esquizofrenia e por que familiares e pessoas próximas precisam aprender a reconhecê-los. Ele destaca que muitos comportamentos considerados “estranhos” ganham outra dimensão quando entendemos como a doença altera a forma como a pessoa percebe a realidade.
Sintomas da esquizofrenia
Bressan explica que, em muitos casos, os sintomas da esquizofrenia começam de maneira sutil. Ou seja, a pessoa pode se isolar, mudar o jeito de falar ou apresentar comportamentos que não combinam com o padrão habitual. Esses sinais iniciais surgem antes mesmo de um delírio. Por isso, justamente por serem discretos, passam despercebidos.
Ele comenta que falas desconexas, mudanças no olhar, suspeitas sem fundamento e um ar constante de desconfiança chamam atenção. Além disso, em alguns casos, o paciente relata que alguém o observa, que existe uma ameaça ou que algo ao redor mudou de forma incomum. Segundo o psiquiatra, esse tipo de percepção persecutória aparece com frequência nos quadros iniciais da doença.
Entenda mais sobre a esquizofrenia!
Quando uma ideia evolui e se transforma em alerta
Durante o episódio, Bressan utiliza exemplos ilustrativos para mostrar como certas crenças podem se transformar em delírios estruturados. Sendo assim, ele explica que alguém pode, inicialmente, dizer que sente uma “conexão especial” com animais — algo que, isoladamente, não exige preocupação imediata.
Porém, o alerta surge quando essa percepção se intensifica. Por exemplo, se a pessoa começa a afirmar que consegue conversar com os animais, que ouve a voz deles ou que recebe instruções, essa mudança indica um afastamento importante da realidade compartilhada. Afinal, esse tipo de relato aponta para uma vivência delirante, e esse avanço exige avaliação profissional.
A doença dita o comportamento
Bressan reforça que, durante uma vivência delirante, a pessoa não age por descuido ou irresponsabilidade. Ela age guiada pelo que acredita ser real. Quando o delírio se instala, a lógica interna do paciente passa a conduzir suas ações, e não a realidade objetiva ao redor. Por isso, compreender esses sinais é fundamental para oferecer acolhimento, cuidado e tratamento adequado o mais cedo possível.







