Terapia: o que diz o especialista Gustavo Estanislau sobre crianças e pais

Terapia: o que diz o especialista Gustavo Estanislau sobre crianças e paisA procura por terapia na infância e adolescência cresce ano após ano. Porém, uma pergunta permanece: afinal, quem precisa mais de acompanhamento psicológico, os filhos ou os pais? Para o psiquiatra Gustavo Estanislau, especialista em infância e adolescência e pesquisador do Instituto Ame Sua Mente, a resposta não é tão simples.

Segundo Estanislau, é cada vez mais comum que crianças e adolescentes enfrentem sintomas de ansiedade, depressão, dificuldades escolares ou comportamentos de risco. A terapia é, sem dúvida, uma ferramenta essencial nesses casos. No entanto, o especialista ressalta que muitas vezes o problema não se limita aos jovens: os pais também podem precisar de suporte.

Ele lembra que a Organização Mundial da Saúde estima que 14% dos jovens entre 10 e 19 anos no mundo sofrem com algum transtorno mental, mas apenas um terço recebe algum tipo de acompanhamento.

Parte dessa lacuna vem do estigma ainda associado à terapia. “É comum os pais perguntarem: ‘mas meu filho não é maluco, né?’ Isso mostra como ainda há preconceito em relação à saúde mental infantil”, afirma.

Outro ponto destacado pelo psiquiatra é a influência decisiva do ambiente familiar. “Alguns pais priorizam a terapia do filho, mas se eles também não entram nesse investimento, tudo pode ir por água abaixo”, explica.

Participação dos responsáveis na terapia

Para ele, a participação ativa dos responsáveis é determinante: tanto para identificar sintomas precocemente, quanto para aprender a lidar com o estresse, a ansiedade e a sobrecarga emocional.

Estanislau reforça ainda que, em contextos de famílias mais enxutas e pais cada vez mais ocupados, a escola muitas vezes se torna o primeiro espaço a perceber mudanças de comportamento. Entretanto isso não significa que os pais devam se isentar. Pelo contrário: iniciar a própria terapia pode ser um passo essencial para melhorar a relação com os filhos e criar um ambiente mais saudável.

Com uma carreira dedicada à saúde mental infantojuvenil, Gustavo Estanislau — também coautor dos livros Saúde Mental na Escola (Artmed, 2014) e Dilemas na Educação (Autêntica, 2023) — defende que o processo terapêutico é mais efetivo quando envolve toda a família. “Sempre que recebo a notícia de que os pais resolveram buscar acompanhamento, penso que haverá evolução no caso. Pais que se conhecem melhor conseguem manejar os filhos com mais assertividade e empatia”, conclui.

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