Você sabia que cerca de 23% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a chamada depressão pós-férias? De acordo com a ISMA-BR (Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse), quase um em cada cinco profissionais vivenciam esse quadro, também conhecido como síndrome pós-férias.
Apesar de ainda não estar formalmente classificada nos manuais diagnósticos, a depressão pós-férias pode afetar de modo significativo a saúde mental do indivíduo. A maioria das pessoas afetadas relata insatisfação com o trabalho (93%), falta de perspectivas de crescimento (86%), bem como um ambiente organizacional hostil e conflitos interpessoais.
Durante as férias, muitas pessoas conseguem aliviar o estresse. Entretanto, ao retomar a rotina, os sentimentos de frustração e ansiedade voltam com força. Segundo dados da plataforma de saúde mental Vittude (2023), a volta ao trabalho é percebida como um dos momentos mais estressantes do ano para boa parte dos trabalhadores.
Sinais da depressão pós férias
Entre os sintomas mais comuns da síndrome pós-férias, estão:
- Falta de motivação e dificuldade de foco
- Irritabilidade e preocupação excessiva
- Distúrbios do sono
- Dores de cabeça e musculares
- Alterações no apetite e no peso
- Problemas gastrointestinais
- Sentimento de incapacidade ou culpa
O que fazer caso você sinta depressão pós férias?
Geralmente, é normal sentir algum desconforto nas primeiras semanas após o retorno ao trabalho. No entanto, se os sintomas persistirem por mais de quatro semanas, é importante buscar apoio especializado. Esse mal-estar não é “frescura” — pelo contrário, é um sinal de que algo está impactando a sua saúde mental e precisa ser cuidado.
Afinal, sentir-se emocionalmente impactado pela rotina profissional é mais comum do que se imagina. Com apoio psicológico, é possível compreender a origem desse sofrimento e desenvolver estratégias para lidar com ele.
Por outro lado, nem sempre trocar de emprego ou função será viável. Mesmo assim, existem caminhos para tornar o dia a dia mais leve. Algumas perguntas podem ajudar nesse processo:
O que mais me causa desconforto?
Que aspectos do meu trabalho ainda me motivam?
Há algo, mesmo pequeno, que eu possa mudar para melhorar minha relação com a rotina?
Além disso, cuidar da saúde mental também passa por fortalecer o bem-estar fora do ambiente de trabalho. Para isso, praticar exercícios, manter uma alimentação equilibrada, reservar momentos para o lazer, estabelecer limites e cultivar vínculos afetivos são atitudes que fazem diferença e ajudam a equilibrar as emoções.
Portanto, a forma como cuidamos da mente tem impacto direto na maneira como vivemos — no trabalho, em casa ou no descanso. Por isso, preste atenção em si mesmo e no que te faz bem. Ouvir os sinais do corpo e da mente é o primeiro passo para transformar a rotina com mais leveza e consciência.