A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve o TEA como um transtorno do desenvolvimento que afeta a comunicação e o comportamento e que pode ser diagnosticado em qualquer idade. O autismo é um espectro: isso significa que cada pessoa autista experimenta diferentes combinações de traços autistas, em diferentes intensidades. Estima-se que 1 a cada 68 crianças serão diagnosticadas com autismo, sendo que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é mais comum entre os meninos.

Embora o termo “autismo” tenha surgido por volta de 1911, até o final do Século XX, pouco se sabia sobre esse transtorno. Atualmente, com mais conhecimento e conscientização, pais e responsáveis conseguem obter um diagnóstico precoce e assim realizar ações que contribuem para o desenvolvimento da criança. Por se tratar de um transtorno complexo e cheio de nuances, novas descobertas e pesquisas continuam em sendo realizadas para auxiliar pessoas com autismo a atingirem seu potencial máximo. No entanto, devido à falta de informação, ainda existem inúmeros estigmas contra o TEA, que além de preocupar os familiares, geram preconceito e bullying contra as crianças. Para saber mais sobre o transtorno, não deixe de conferir!

Por não se tratar de uma doença, não podemos falar em cura para o autismo. Desde a década de 90 não se usa mais o termo “autista”, mas sim “pessoa com autismo” ou “pessoa com transtorno de espectro autista”.

1. Autismo não é doença

Muita gente ainda acredita que o autismo é uma doença crônica e acaba usando o termo “autista” para se referir a quem tem o transtorno. Porém, esses são conceitos bastante equivocados. Como explicamos logo no início, o autismo é um transtorno relacionado a um atraso no desenvolvimento do indivíduo. Por se tratar de uma condição e não uma enfermidade, desde a década de 90 não se usa mais o termo “autista”, mas sim “pessoa com autismo” ou “pessoa com transtorno de espectro autista”.

Por não se tratar de uma doença, não podemos falar em cura para o autismo. Assim, uma vez que o diagnóstico é fechado, os pais devem buscar profissionais e conversar com a escola, para que haja um desenvolvimento dos chamados “mecanismos adaptativos” da criança. Esses mecanismos auxiliam na socialização e no progresso de atrasos com relação à fala, ao aprendizado, dentre outros aspectos cognitivos.

2. O transtorno não tem características específicas

Como explicamos, o autismo possui diferentes graus e se manifesta de diversas maneiras. Para algumas crianças, por exemplo, ele está mais relacionado à dificuldade no desenvolvimento da fala, para outras ele afeta o aprendizado.

Por não contar com características específicas, o diagnóstico também pode ser tortuoso. Para se ter uma ideia, algumas crianças apresentam sinais desde muito pequenos. Outras têm um desenvolvimento normal até certa idade e, por volta dos três anos, começam a apresentar indicadores de que estão regredindo em algumas habilidades cognitivas e sociais.

3. Crianças com autismo são mais fujonas

Um dos comportamentos que mais preocupa pais, professores e familiares de crianças do espectro autista diz respeito à fuga. É comum que elas saiam rapidamente de uma área supervisionada por um adulto, muitas vezes, se colocando em perigo.

Nesse estudo, realizado com 1.218 crianças com TEA, 49% dos pais relataram que seus filhos tentaram fugir pelo menos uma vez após os quatro anos de idade. Durante muito tempo, muitos pais se sentiam culpados e até irresponsáveis por não conseguirem evitar esse tipo de comportamento. Hoje já se sabe que essa é uma das características bastante comuns em crianças com autismo.

4. O autismo não interfere no QI do indivíduo

Apesar do autismo afetar o desenvolvimento de algumas capacidades sociais e cognitivas, isso não significa que a inteligência de quem tem autismo é impactada. O QI (quociente de inteligência) é uma medida que expressa a capacidade intelectual de um indivíduo com base em critérios de referência e comparações, estabelecendo uma relação entre sua idade mental e cronológica. Em algumas crianças com autismo, o QI identificado é bastante alto, embora a criança tenha dificuldades em lidar com a linguagem abstrata, que envolve o humor, a ironia e o uso de palavras com duplo sentido.

Por essa razão, é muito comum que alunos com autismo tenham boas notas em determinadas matérias, mas sofram com o bullying na classe, já que não entendem alguns códigos sociais decorrentes do uso da linguagem abstrata, tais como ironia, sarcasmo e até humor.

5. A interação social ajuda na melhoria dos sintomas

Algumas pesquisas já comprovam que o meio ambiente contribui bastante para o desenvolvimento da criança com autismo. Neste ,estudo, por exemplo, foi possível observar uma melhora no desenvolvimento de crianças do TEA, na medida em que os colegas de sala de aula aprenderam a se relacionar com elas. Esta informação é reconfortante para os pais e responsáveis, especialmente aqueles que se angustiam com situações como o isolamento da criança na escola e a falta de amigos.

Para os estudiosos que acompanharam a pesquisa, os resultados foram bastante surpreendentes. Isso porque, muitos acreditavam que o aluno com autismo que tivesse uma supervisão individual de um adulto poderia se desenvolver melhor. No entanto, o que se observou foi que no grupo onde as crianças da sala aprenderam a interagir com os alunos do TEA as habilidades sociais, tanto na sala de aula quanto no espaços de recreação, melhoraram ainda mais.

6. Na maioria dos casos, os sintomas se acentuam com a idade

Muitas pesquisas já mostram que, na maioria dos casos, pessoas com autismo conseguem desenvolver mecanismos de adaptação, fazendo com que os sintomas sejam atenuados. Um ,estudo realizado pela Universidade de Wisconsin nos Estados Unidos, acompanhou o desenvolvimento de 400 pessoas, entre adultos e crianças com autismo. As conclusões foram positivas, aliviando o medo de muitos pais relacionados a piora dos sintomas de seus filhos. Paul T. Shattuck, professor assistente de serviço social da Universidade de Washington em St. Louis e um dos autores do estudo, afirma no ,artigo do Science Daily que a porcentagem daqueles que melhoraram foi sempre maior do que daqueles que pioraram, e qualquer mudança significativa nos sintomas foi em direção à melhora, embora houvesse um grupo intermediário que não mostrou nenhuma alteração.

7. A tecnologia está auxiliando no desenvolvimento de mecanismos adaptativos

Nos últimos tempos uma série de aplicativos estão sendo desenvolvidos para auxiliar crianças com autismo no seu progresso individual. O ,Livox, por exemplo, auxilia pessoas com dificuldades motoras e de comunicação. O ,Matraquinha também foi criado com o propósito de melhorar a comunicação dos pequenos com autismo. Já o aplicativo ,Chups tem por objetivo ajudar na comunicação escrita.

Gostou desse post? Confira também como mudar ,estigmas e evitar o preconceito contra transtornos de saúde mental.

© 2023 por Ame sua Mente

Ame sua mente
logo_l

©2023 por Ame sua Mente