Como o nome sugere, os primeiros socorros emocionais tratam-se de um conjunto de atitudes e estratégias simples para lidar com o sofrimento psíquico do dia a dia — aquele que, muitas vezes, dói mais e impacta profundamente a vida e a saúde mental. As chamadas feridas emocionais também surgem durante a infância, mesmo que não sejam visíveis.
Na prática, poucas pessoas sabem como reagir a elas. O psicólogo norte-americano Guy Winch chama a atenção para essa falta de cuidado com as dores emocionais. Em seu livro Primeiros Socorros Emocionais, ele argumenta que sentimentos como solidão, rejeição, culpa e fracasso merecem o mesmo cuidado que damos a feridas físicas.
Segundo Winch, ignorar essas dores pode torná-las ainda mais profundas. Por isso, ele propõe que cada um de nós desenvolva um “kit” de primeiros socorros emocionais. A seguir, veja os passos sugeridos por Guy Winch para colocar isso em prática:
1. Reconheça suas dores emocionais
Assim como a dor física, a dor emocional é um alerta. Ela mostra que algo está errado. Se sentimentos de rejeição, fracasso ou solidão persistem ou geram sofrimento constante, é sinal de que há uma ferida emocional. E ela precisa de atenção. Essas dores não são menores que as físicas. A solidão, por exemplo, é um dos fatores que pode até reduzir a expectativa de vida.
2. Avalie suas reações perante suas dores emocionais
As emoções dolorosas tendem a distorcer a realidade. Por exemplo, quando fracassamos, em vez de refletir sobre o que podemos melhorar, muitas vezes mergulhamos em sentimentos de incapacidade. Isso pode gerar isolamento e, com o tempo, levar à depressão. Por isso, além de reconhecer as dores, é essencial observar como reagimos a elas.
3. Proteja sua autoestima
Para Winch, a autoestima funciona como um sistema imunológico da mente. Ela nos protege da dor e fortalece nossa resiliência. Por esses motivos, devemos cuidá-la, especialmente nos momentos difíceis. Uma forma eficaz de fazer isso é praticar a autocompaixão. Percebeu que está se criticando demais? Tente se tratar como trataria um amigo querido. Um bom exercício para se fazer nesses momentos é escrever um e-mail como se você fosse mandar para um amigo, mas neste caso o destinatário do e-mail será você mesmo.
4. Quando os pensamentos negativos dominarem, aja
Nossa mente tende a ruminar situações dolorosas como forma de proteção. No entanto, esse processo costuma piorar o sofrimento. Se perceber que está preso a pensamentos negativos, procure se distrair. Atividades prazerosas ou que exigem foco, como sudoku, música ou matemática, podem interromper esse ciclo.
5. Ressignifique as perdas
Perdas emocionais também deixam marcas. Por isso, a melhor forma de enfrentá-las é dar um novo significado a essas experiências. Em vez de focar na ausência, procure enxergar o aprendizado. Mesmo diante da morte de alguém querido, o processo de luto tem como finalidade justamente ressignificar essa perda. Isto é apesar da morte, existem memórias positivas que devem ser lembradas com carinho.
6. Evite a culpa excessiva
A culpa é uma dor emocional comum, especialmente em rompimentos e conflitos. Quando moderada, ela é útil, pois nos leva à reparação. No entanto, em excesso, pode ser paralisante. Segundo Winch, a culpa tóxica consome energia, prejudica a concentração e dificulta o prazer de viver. O melhor caminho é pedir desculpas com empatia, sem justificar ações ou minimizar a dor do outro.
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