Brincar é uma das práticas mais importantes para para a saúde mental na infância. Pois, a atividade traz inúmeros benefícios: estimula a consciência corporal, melhora o desempenho físico e contribui para o desenvolvimento motor. Além disso, favorece o raciocínio, a criatividade e a imaginação. Nas brincadeiras em grupo, as crianças aprendem a conviver, entender regras e lidar com a diversidade de pensamentos e sentimentos. Essas interações ativam neurotransmissores ligados ao bem-estar e ajudam a reduzir o estresse. Também apoiam a organização das redes neurais, o que facilita o desenvolvimento de habilidades e melhora as relações.
Disciplina positiva: afeto com firmeza
Uma abordagem que fortalece a saúde mental na infância é a disciplina positiva. Essa metodologia propõe a construção de relações baseadas no afeto, na empatia e na firmeza — deixando de lado práticas autoritárias, como gritos e castigos. Desta forma, contribui para formar adultos mais seguros, empáticos e responsáveis. Inspirada nas ideias dos psicólogos Rudolf Dreikurs e Alfred Adler, e organizada por Jane Nelsen na década de 1980, a disciplina positiva tem cinco pilares principais para a saúde mental na infância:
Respeito mútuo
Ser firme e gentil ao mesmo tempo. Ou seja, acolher a criança com empatia, reconhecendo sua individualidade, sem abrir mão da autoridade com respeito e sem autoritarismo.
Conexão forte
Fazer com que a criança se sinta parte do grupo e da família. Ao ouvir a criança e incluí-la nas decisões do dia a dia, fortalecemos vínculos e desenvolvemos o senso de pertencimento e responsabilidade.
Eficácia a longo prazo
Em vez de focar em punições imediatas, a disciplina positiva aposta na construção de um adulto emocionalmente saudável. Castigos podem gerar medo, raiva e insegurança. Já a disciplina positiva foca em um acompanhamento de acordos e limites estabelecidos entre os pais e as crianças. Desta forma, a criança busca refletir sobre seus comportamentos e a desenvolver autoconhecimento e autocontrole.
Habilidades socioemocionais
As crianças tendem a repetir padrões vividos. Assim, um ambiente hostil pode gerar adultos que replicam comportamentos agressivos em suas relações. No entanto, ao utilizarmos a comunicação não violenta, promovemos a empatia e a colaboração, construindo relações mais saudáveis no futuro.
Capacidades pessoais
A disciplina positiva estimula o autoconhecimento. Ou seja, em vez de ver o erro como fracasso, a criança aprende a enxergá-lo como uma oportunidade de crescimento. Deste modo, desenvolve autoestima, autonomia e autoconfiança.