Se alguém sugerir a você um “banho de floresta”, qual seria a sua reação? O termo que pode soar estranho, é uma prática terapêutica popular, principalmente no Japão e no Extremo Oriente, baseada em uma imersão na floresta. Criado na década de 1980, o conceito nada mais é do que a tradução da ideia de bem-estar e saúde através da conexão com a natureza. A prática ganha adeptos a cada dia e, garantem os especialistas, faz bem para a nossa saúde integral.
Nos grandes centros urbanos, onde vive 55% da população mundial, cada vez mais prédios e construções afastam as pessoas da natureza, o que torna o tema ainda mais importante.
Os benefícios dos espaços verdes
Uma pesquisa realizada no Japão apontou que a imersão nas florestas reduz em 13% a concentração de cortisol, substância conhecida como “hormônio do estresse”, no sangue, além de diminuir em 18% a atividade do sistema nervoso simpático, responsável por reações involuntárias a situações de perigo e ansiedade.
Outro estudo, publicado na plataforma científica Science Direct, demonstrou que espaços verdes em hospitais trazem ganhos terapêuticos relevantes. A pesquisa reuniu artigos sobre o tema para reforçar a importância de áreas arborizadas em hospitais para otimizar os tratamentos com os pacientes e trazer maior conforto para funcionários e visitantes.
Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reuniu e incorporou dados relevantes sobre o tema a um projeto que busca difundir a importância da conexão com a natureza para a saúde. Uma das estratégias da iniciativa é formar um novo tipo de profissional, o “ecotuner”. Trata-se de um especialista em orientar as pessoas a respeito da importância do contato regular com grandes áreas verdes. Há, inclusive, a expectativa de incluir o “banho de floresta” nas práticas integrativas e complementares oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um remédio para a mente
Abraçar uma árvore, respirar ar puro, sentir a grama com os pés e outros gestos simples podem ser poderosos aliados da saúde mental. É o que mostra um estudo que agrupou bases de dados de diferentes pesquisas realizadas entre os anos 2000 e 2021.
Dentre as descobertas, destacam-se de forma recorrente os ganhos em relação ao tratamento de dois transtornos mentais bastante conhecidos, a ansiedade e a depressão. O amplo levantamento reafirmou o fato de que ambientes excessivamente urbanizados nos deixam mais vulneráveis sob a ótica da saúde mental. Nesse cenário, o papel terapêutico dos espaços arborizados é fundamental.
Estar mais perto da natureza também pode fazer muito bem às crianças. Uma pesquisa, publicada no Journal of Attention Disorders, demonstrou que uma simples caminhada no parque pode elevar o nível de concentração em crianças que possuem TDAH – déficit de atenção e hiperatividade.
Abrace essa ideia
Cuidar da saúde mental é uma prática que, como uma planta, deve ser cultivada a cada dia. Não existe época do ano certa para cuidar da mente, já que ela precisa ser preservada em nome do equilíbrio e do bem-estar. Adote em sua rotina momentos para vivenciar a natureza, os ganhos proporcionados são inúmeros e podem ser sentidos rapidamente. Veja alguns benefícios: controle dos níveis de estresse e pressão sanguínea, aumento de energia, disposição, concentração e criatividade.
“Não corra atrás das borboletas, cultive seu próprio jardim.” Mário Quintana
Se você quiser aprender mais sobre esse tema tão rico, vale a leitura de “Banho de Floresta: como as árvores podem ajudar você a ter mais saúde e felicidade”. A obra, escrita pelo professor chinês Qing Li, traz detalhes sobre essa prática terapêutica.
Cuidar da mente é cuidar da gente! Quanto mais cedo melhor! #amesuamente
Veja também:
Bebida alcoólica na adolescência: efeitos e dados preocupantesBebida alcoólica na adolescência No Brasil, os jovens estão bebendo cada vez mais cedo. Segundo um estudo feito pelo Ministério da Saúde sobre os padrões de consumo de álcool no Brasil, meninos começam a ingerir álcool por volta dos 14 anos, enquanto as meninas iniciam aos 15. Na última edição da Pesquisa Nacional de Saúde […]
Ensino remoto: o que ele nos ensinouO ensino remoto exigiu flexibilidade, paciência e muita dedicação dos professores. Adaptar-se rapidamente às novas tecnologias diante de um cenário de incertezas e, muitas vezes, sem os recursos necessários trouxe diversos desafios, mas também alguns aprendizados. Hoje, grande parte dos professores (51%) acredita que a tecnologia pode ser um recurso importante no uso das diferentes […]
Famílias divididasFamílias divididas: por que rompimentos ficaram mais comuns Situações envolvendo rompimento de laços entre jovens adultos e seus pais está se transformando em algo corriqueiro. Embora ainda não haja um aprofundamento sobre o tema, alguns especialistas já começaram a estudar o assunto. É o caso do professor de desenvolvimento humano da Universidade Cornell, nos Estados […]
