No cotidiano escolar, é comum voltarmos a atenção para o bem-estar dos estudantes. No entanto, a saúde mental dos educadores nem sempre recebe o mesmo cuidado. E ao negligenciar esse cuidado, os impactos vão além dos muros da escola. Por isso, neste post, vamos refletir sobre como o bem-estar do professor influencia a escola e o que pode ser feito para torná-lo realidade.
Ao discutir bem-estar docente, muitas escolas focam apenas na tentativa de reduzir o estresse do dia a dia. Porém, a maior parte das medidas são paliativas. Ou seja, atacam os sintomas, mas não as causas. Assim, mesmo com ações pontuais, o estresse permanece como parte da rotina escolar.
Por isso, o primeiro passo é compreender o que o bem-estar significa para o educador. Só então é possível pensar em estratégias eficazes. De forma prática, podemos entendê-lo como:
- Sentir-se equilibrado e apoiado no trabalho
- Ter liberdade para ser criativo e ajudar os alunos a aprender
- Receber oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional
- Ser valorizado e recompensado de forma justa
- Contar com uma rede de apoio diante dos desafios
O bem-estar do professor e a influência na escola
O bem-estar docente tem impacto direto na qualidade da educação. Ambientes estressantes, quando prolongados, afetam a saúde mental dos professores. Isso leva a altas taxas de faltas, afastamentos, rotatividade e aposentadorias precoces que, por sua vez, geram prejuízos milionários para a educação. Nesses casos, quem mais perde são os alunos e a escola.
Além disso, pesquisas indicam que o estresse crônico prejudica a capacidade dos professores de criar vínculos e adotar estratégias pedagógicas eficazes. Um estudo da Universidade de Groningen, na Holanda, acompanhou 143 professores iniciantes por um ano. Aqueles com níveis mais altos de estresse no início do período apresentaram pior desempenho ao longo do ano letivo. As dificuldades incluíram desde a clareza nas instruções até a criação de um ambiente seguro e estimulante para os alunos. Ou seja, o bem-estar do professor influencia diretamente o clima da sala de aula e o desempenho escolar dos estudantes.
Como tornar o bem-estar do professor uma realidade na escola
O bem-estar não se resume à ausência de estresse ou a uma visão positiva do trabalho. Para promover mudanças reais, é essencial identificar os fatores que prejudicam a saúde mental dos docentes.
No Instituto Ame Sua Mente, acreditamos que isso exige duas frentes de atuação. A primeira é a autorresponsabilidade, com foco em capacitar os professores por meio de informações sobre saúde mental e autocuidado. Dessa forma, eles ganham mais autonomia para prevenir adoecimentos e promover ambientes mais saudáveis.
A segunda frente envolve as próprias escolas. É fundamental que as instituições criem políticas de valorização docente, invistam na estrutura dos espaços de trabalho e estabeleçam canais de escuta ativa. Além disso, oferecer treinamentos e abrir espaço para o diálogo são medidas essenciais para colocar o bem-estar do educador no centro das decisões.
Em resumo, promover o bem-estar do professor exige um esforço conjunto. Somente com o envolvimento de todos será possível reduzir o estresse, transformar a cultura escolar e criar um ambiente mais saudável para quem ensina e para quem aprende.