Crianças e adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) enfrentam grandes desafios na escola. Sintomas como inquietação, desatenção e impulsividade podem prejudicar o desempenho escolar e atrapalhar a dinâmica da sala de aula e o processo de aprendizagem.

Mas como os educadores devem lidar com o TDAH? E quais estratégias pedagógicas a escola pode adotar para ajudar esses estudantes? É sobre isso que vamos conversar neste post!

O que é TDAH?

O TDAH é um transtorno ligado às funções executivas do cérebro. Essas funções organizam tarefas simples e complexas, como cozinhar, planejar o dia ou controlar emoções. Por isso, o transtorno afeta diretamente a forma como a criança ou o jovem atua no dia a dia. Quem tem TDAH costuma apresentar impulsividade, dificuldade de concentração e problemas para se organizar.

Pessoas com TDAH tendem a manter o foco em temas que despertam interesse, mas demonstram grande desmotivação diante de tarefas que não se encaixam nesse perfil. Segundo Ana Beatriz Barbosa, autora do livro Mentes Inquietas, o TDAH não é uma doença, mas um modo diferente de funcionamento cerebral — com atividade mental intensa e acelerada. Ou seja, a pessoa com TDAH pensa mais em diversos assuntos em uma velocidade maior.

Apesar dos sintomas bem definidos, ainda há risco de diagnósticos equivocados. Como alerta o psiquiatra Gustavo Estanislau, do Instituto Ame Sua Mente: “um diagnóstico errado pode levar a um tratamento medicamentoso quando não existe essa necessidade”. A troca de informações seguras é essencial para reduzir diagnósticos indevidos e o uso excessivo de medicamentos, como a Ritalina.

Hoje, estima-se que cerca de 5% da população mundial viva com o transtorno. Isso reforça a importância de preparar todos que convivem com essas crianças e adolescentes, ajudando-os a desenvolver estratégias adaptativas para viver com mais qualidade. Na escola, os educadores têm papel-chave: podem identificar sinais, acolher e orientar as famílias na busca por apoio especializado.

TDAH como rótulo

Um dos maiores desafios é a rotulação do aluno — feita tanto por pais quanto por professores. Muitas vezes, o rótulo serve para justificar comportamentos em vez de enfrentá-los com responsabilidade. Em alguns casos, também se torna um atalho para a medicalização precoce

Mas o TDAH exige uma abordagem mais completa. A medicação pode ajudar, porém deve estar associada a estratégias pedagógicas e psicopedagógicas. Com acompanhamento adequado, a criança desenvolve habilidades importantes para seu desempenho dentro e fora da escola. Isso é possível — e não depende apenas do remédio.

Abordagem com os pais 

Embora não caiba aos professores diagnosticar o TDAH, eles podem perceber sinais e ajudar na busca por apoio. Por estarem próximos dos alunos, os educadores têm um olhar atento e valioso. Para isso, é importante que tenham informações seguras, torna o diálogo com os pais mais claro e cuidadoso .Muitas famílias se sentem culpadas ou julgadas quando chamadas à escola o que pode dificultar a conversa.

É preciso desconstruir essa ideia de que o contato com a escola é sempre negativo. É preciso mostrar aos pais através de um contato sensível  que eles conhecem seus filhos mais do que ninguém, no entanto, a troca de informações é essencial para um trabalho conjunto. Assim cria-se um ambiente de parceria em torno do bem-estar do estudante.

Como lidar com o TDAH na escola

Existem várias estratégias para lidar com alunos com TDAH. Antes de tudo, o professor precisa entender que impulsividade e hiperatividade são parte do transtorno. Esses comportamentos não são ataques pessoais nem tentativas de desorganizar a aula. A sensibilidade do educador faz diferença. Permitir que o aluno se levante e saia da sala quando estiver muito agitado, por exemplo, pode ajudar bastante.

Gustavo Estanislau sugere algumas ações práticas, como manter contato visual para reforçar a atenção do estudante. também recomenda-se reduzir tarefas que exijam muito do córtex frontal — como textos longos e escrita prolongada.  É importante lembrar que essas crianças não têm dificuldade por preguiça. Elas simplesmente enfrentam barreiras para manter o foco em tarefas pouco estimulantes.

Além disso, o TDAH pode vir acompanhado de outros transtornos, como dislexia e ansiedade, o que torna o processo de aprendizagem ainda mais desafiador. Por isso, é essencial que o professor atue com flexibilidade e adote estratégias para que o aluno possa se desenvolver e participar plenamente da vida escolar.

Além disso, o TDAH pode vir acompanhado de outros transtornos, como dislexia e ansiedade. Esses fatores tornam o processo de aprendizagem ainda mais desafiador. Por esse motivo, é essencial que o professor atue com flexibilidade e adote estratégias para que o aluno possa se desenvolver e participar plenamente da vida escolar.

Lidar com o TDAH na escola exige empatia, preparo e colaboração. Quando professores, famílias e profissionais da saúde atuam juntos, os estudantes ganham um ambiente mais acolhedor, com mais possibilidades de aprender e crescer.

Assista também nossa pílula sobre o que é TDAH e como identificar os sintomas, com o Dr. Gustavo Estanislau.

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