Adolescentes e aparênciaA relação entre adolescentes e aparência nunca esteve tão intensa e, em muitos casos, perigosa. Isso acontece porque a pressão por um padrão de beleza, potencializada pelas redes sociais, pela indústria da estética e pelos suplementos alimentares, tem levado jovens a desenvolver comportamentos obsessivos. Como consequência, sua saúde mental e física acaba sendo diretamente afetada. Em entrevista à Revista Gama, o psiquiatra Gustavo Estanislau, especialista em adolescentes e integrante do Instituto Ame sua Mente, analisou os impactos desse cenário.

Segundo Estanislau, a puberdade é um período de rápidas transformações corporais que pode gerar estranhamento e ansiedade. Diante dessas mudanças, muitos jovens tentam exercer maior controle sobre o corpo, buscando se enquadrar em padrões de beleza como magreza extrema, músculos definidos ou uso excessivo de maquiagem. Nesse contexto, explica, “os adolescentes buscam controlar as transformações do corpo, e entrar em um padrão parece um caminho. A partir daí começam as obsessões”.

Adolescentes e aparência: do suplemento à autoestima

Além disso, a relação entre adolescentes e aparência também se manifesta no uso de substâncias e em práticas de risco. Entre meninos, por exemplo, é comum o consumo precoce de suplementos como whey protein ou energéticos usados como pré-treino. Esses produtos podem causar efeitos colaterais, como acne, crises de ansiedade e desequilíbrios físicos. Já entre meninas, a busca pela magreza costuma ser intensificada pelo uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento.

Estanislau alerta ainda para o impacto emocional desse hiperfoco. Quando a preocupação com o corpo se torna excessiva, pode gerar baixa autoestima, distorção da autoimagem e isolamento social. Ao mesmo tempo, o desejo de aceitação em grupos de pares reforça a pressão para seguir padrões irreais. Dessa forma, a aparência passa a ocupar um lugar central na identidade dos jovens.

Para o especialista, compreender a complexa relação entre adolescentes e aparência exige diálogo, acolhimento e informação. Nesse sentido, pais e educadores devem estar atentos a sinais de sofrimento emocional, como mudanças bruscas de comportamento, obsessões alimentares e uso de substâncias sem orientação. Mais do que impor regras, é essencial construir um espaço de conversa verdadeira. Afinal, todos já passaram por desafios semelhantes na juventude.

O alerta de Gustavo Estanislau reforça, portanto, a importância de olhar para a saúde mental de adolescentes em meio a pressões sociais cada vez mais intensas. Afinal, compreender a relação entre adolescentes e aparência representa um passo fundamental para prevenir transtornos, promover bem-estar e fortalecer uma geração mais saudável.

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