Estresse e saúde mental: o impacto no cotidiano dos educadores

O ritmo acelerado das rotinas escolares tem colocado o tema estresse e saúde mental no centro das discussões sobre o bem-estar docente. Gustavo Estanislau — psiquiatra infanto-juvenil e especialista em saúde mental do Instituto Ame Sua Mente — tem acompanhado de perto os desafios que educadores enfrentam para equilibrar demandas profissionais e autocuidado.

Nesse contexto, compreender como o estresse se manifesta no cotidiano escolar ajuda a dimensionar seus impactos sobre a saúde mental dos professores. Além disso, esse processo possibilita a busca por soluções mais sustentáveis para o bem-estar da equipe.

Quando o estresse e a saúde mental se encontram na sala de aula

Segundo o especialista, o estresse é uma das manifestações mais comuns entre docentes, seguido por ansiedade e episódios depressivos. “O estresse gera tensão muscular e um funcionamento emocional à flor da pele; a ansiedade leva à antecipação constante de preocupações, e, quando isso se prolonga, surgem desmotivação e desconexão com o trabalho”, explica Estanislau.

Desta forma, muitos educadores chegam ao consultório com queixas de cansaço extremo e sensação de sobrecarga — sintomas que, se não tratados, podem evoluir para síndromes como o pânico.

Para compreender a relação entre estresse e saúde mental, antes de tudo, é fundamental observar a estrutura das escolas e a forma como o tempo é gerido. Com frequência, intervalos curtos, falta de pausas reais e ambientes barulhentos elevam o nível de tensão. Nesse sentido, pequenas mudanças podem fazer uma diferença. Reservar espaços silenciosos e horários protegidos para descanso e alimentação é um bom começo.

Além disso, o psiquiatra alerta para a importância das relações interpessoais. Em muitos casos, quando as famílias deslegitimam o trabalho docente, surge uma sensação de desamparo. Por isso, criar espaços de fala mediados e seguros — com profissionais preparados e regras de respeito — é essencial para que o diálogo fortaleça o vínculo e não amplifique o sofrimento.

Estresse, saúde mental e cultura de cuidado

Estanislau ainda ressalta que formar equipes em temas de saúde mental é um passo estratégico para identificar sinais precoces de sofrimento. “Quando a equipe entende o básico sobre transtornos mentais, passa a reconhecer mudanças de comportamento e sobrecarga também entre colegas”, afirma.

Dessa forma, programas de formação contínua, protocolos de acolhimento e campanhas permanentes de autocuidado ajudam a consolidar uma cultura que valoriza o equilíbrio emocional. Ao mesmo tempo, essas iniciativas reforçam o sentimento de pertencimento e colaboração dentro da escola.

A valorização profissional e a autonomia didática são fatores que preservam o sentido do trabalho e reduzem o estresse. Assim, gestos simples de reconhecimento e liberdade para planejar aulas fortalecem a motivação e o bem-estar. “Quando a escola protege o tempo dos educadores e oferece condições reais de trabalho, ela não apenas previne adoecimento, mas também afirma que ensinar é uma tarefa socialmente valiosa”, conclui.

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