Cuidar da saúde mental e manter o equilíbrio emocional têm ganhado cada vez mais atenção. Durante a pandemia, essa necessidade ficou ainda mais evidente. Mudanças bruscas na rotina e acelerou tendências de comportamentos. Assim, o tema da saúde mental saiu da bolha e passou a ser debatido de maneira mais aberta e natural.
Mudanças como o aumento das compras e pedidos online, a popularização do home office, a intensificação das conexões digitais e o excesso de informação — principalmente pelas redes sociais — transformaram nossa forma de viver, de nos relacionar e de nos perceber no mundo.
Nos adaptamos a trabalhar de casa, acumulamos funções e consumimos mais conteúdo online do que nunca. Um levantamento da YouGov, empresa britânica de pesquisa, mostrou que um terço dos adultos passou mais tempo nas redes sociais em 2021 do que em anos anteriores. Diante de tantas transformações, surge a pergunta: como cuidar da nossa saúde mental e lidar com tantas mudanças?
Vida pessoal X vida profissional
Antes da pandemia, trabalhar em casa era algo pontual e restrito a algumas profissões. Hoje, o home office se tornou uma prática comum em muitas áreas. Apesar das vantagens, ele também exige cuidados importantes.
Definir horários claros de início e fim do expediente é fundamental. Também é importante organizar o fluxo de trabalho com a equipe para aumentar a produtividade e diminuir a ansiedade com prazos. Mas atenção: é essencial respeitar os limites. Trocar mensagens fora de hora ou resolver assuntos de trabalho por telefone, mesmo sem estar em frente ao computador, também é trabalho.
Estender demais a jornada pode causar exaustão mental. O estresse aumenta, a produtividade cai e, sem momentos de descanso e lazer, os prejuízos à saúde mental se acumulam. Por isso, além de manter uma rotina bem definida, vale reservar tempo para atividades pessoais, convívio com quem se ama ou alguma prática física. Pequenas pausas durante o dia para comer, se alongar ou simplesmente respirar ajudam a evitar a sobrecarga.
Saude mental X Excesso de informações
Com as mudanças globais e a quantidade ilimitada de conteúdo online, manter-se informado virou um desafio. O excesso de informações, muitas vezes conflitantes, pode dificultar a tomada de decisões e gerar frustração ou sensação de impotência.
Além disso, as redes sociais mostram uma versão idealizada da vida. A busca por curtidas e reconhecimento ativa o sistema de recompensa do cérebro, podendo levar à dependência. Frequentemente, o ambiente digital se torna um gatilho para ansiedade e depressão.
Outro problema é a chamada “infodemia”: o excesso de conteúdos — confiáveis ou não — compartilhados em alta velocidade. Isso gera confusão e desinformação. Para lidar com isso, é essencial selecionar bem o que consumimos. Busque fontes confiáveis e compare informações antes de formar uma opinião.
Ter consciência dessas armadilhas é um passo importante para manter o equilíbrio. Isso exige atenção e, muitas vezes, disciplina. Organize sua rotina para incluir momentos de lazer offline. Não consuma apenas conteúdos informativos. Permita-se relaxar. Nosso cérebro também precisa de descanso.
A ilusão da multitarefa
Por fim, vale refletir sobre a ideia de ser multitarefa. Executar várias atividades ao mesmo tempo pode parecer eficiente, mas geralmente não é. Dividir a atenção reduz a qualidade do que fazemos e exige mais esforço mental. Com o tempo, essa prática pode aumentar o estresse, a ansiedade e até provocar transtornos de humor.
A multitarefa ainda está associada à Síndrome de Burnout. Por isso, não se engane. Estabeleça prioridades e foque em uma tarefa por vez. As pequenas pausas e descansos são estratégicos, pois elas ajudam a preservar o foco e a melhorar a execução.
Adaptar-se de forma consciente às exigências do mundo atual é essencial. Neste contexto, reconhecer os efeitos que tudo isso pode ter sobre nossa vida nos ajuda a fazer os ajustes necessários. É preciso buscar alternativas para se ter qualidade de vida. Afinal, cuidar da saúde mental é o primeiro passo para viver com mais equilíbrio.