O primeiro ponto que é importante colocar é o fato de que educar é trilhar um longo caminho que apresenta obstáculos e conquistas. Nessa importante missão, pais e cuidadores têm como um dos maiores desafios educar e criar limites às crianças e adolescentes, muitas vezes, encontram resistências a mudanças e ajustes comportamentais.
Para entender como criar limites com harmonia, devemos, em primeiro lugar, estar abertos ao diálogo. Uma relação de confiança se molda por meio de conversas e orientações eficientes.
Educar e criar limites: os “superpoderes” dos pais
A forma como os pais se comunicam e impõem limites faz toda a diferença no futuro das crianças. Por isso, prestar atenção e ajustar a comunicação pode transformar a relação com os filhos. “Os pais têm esse superpoder na prevenção de transtornos mentais e também do abuso de drogas”, destaca Clarice. Segundo ela, “quanto mais cedo as ações começam, maior a sua efetividade”.
Mas, como falamos, o desenvolvimento socioemocional de uma criança não acontece de forma mágica. Ele se constrói aos poucos, tijolo por tijolo. E esse caminho está profundamente ligado às habilidades emocionais dos próprios pais e cuidadores. Confira a seguir algumas orientações de Clarice Madruga para ajudar crianças e adolescentes a enxergar os limites e passar a aceitá-los com naturalidade.
Educar: 7 dicas para estabelecer limites
1- Não tenha medo de dizer “não”
Antes de qualquer coisa, é importante deixar claro que o amor é incondicional — mesmo quando é preciso dizer “não”. Pais e cuidadores precisam entender que impor limites também é uma forma de demonstrar cuidado e proteção.
2- Evite métodos punitivos:
A punição não costuma trazer mudanças reais de comportamento. Brigar com a criança, além de ineficaz, pode causar feridas emocionais. O melhor caminho é o diálogo. Assim, explique por que aquele comportamento não foi adequado. Limites fazem parte do aprendizado, e as crianças precisam entender as consequências de suas atitudes.
3- Apresente alternativas:
Durante a conversa, mostre que havia outras formas de agir na mesma situação. A ideia é ampliar o repertório da criança ou adolescente, oferecendo caminhos mais equilibrados para agir no futuro.
4- Respeite a individualidade:
Evite rótulos ou generalizações. Só porque a criança teve determinado comportamento uma vez, não quer dizer que ele vai se repetir sempre. A personalidade se transforma com o tempo e com as experiências. Por isso, é fundamental respeitar o ritmo e a individualidade de cada um.
5- Promova atividades que estimulem o desenvolvimento:
As emoções fazem parte da vida. Precisam ser reconhecidas para que possam ser reguladas. Quando as habilidades socioemocionais são estimuladas, as crianças ganham referência de comportamento. Assim, passam a avaliar melhor os riscos e as consequências antes de agir — e isso aumenta as chances de escolhas mais sensatas.
6- Desfrute da parentalidade:
Brinque, participe, esteja presente. Valorize os avanços da criança, por menores que pareçam. Demonstre afeto e celebre conquistas — das pequenas às grandes. Assim, reforçamos o comportamento positivo e fortalecemos o vínculo afetivo.
7- Seja o melhor exemplo que puder:
Por último, mas não menos importante, lembre-se: crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. Elas observam como os adultos se comportam, mesmo nas interações mais simples. Pais e cuidadores são referências constantes — por isso, cada atitude conta.