A relação entre saúde mental e doenças físicas ainda intriga médicos, psicólogos e cientistas. O efeito placebo é um exemplo clássico disso. Ele ocorre quando uma pessoa melhora após usar um “remédio” sem princípio ativo. Ainda assim, seu organismo responde positivamente.

Embora os placebos chamem a atenção da comunidade científica desde o início do século, ainda se sabe pouco sobre eles. O que os cientistas conseguem atestar, no entanto, é que acreditar em um medicamento ou em uma determinada terapia, desencadeia uma série de reações no sistema imunológico, o que acaba beneficiando a saúde do paciente.

Ou seja, a mente tem sim um papel importante na recuperação de doenças e pode auxiliar em tratamentos bem sucedidos. Porém, para entendermos melhor sobre isso, precisamos também compreender o conceito de saúde, que falaremos um pouco mais nesse post.

Aproveitando que em Outubro comemoramos o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama e de colo de útero, chamamos a atenção para o papel da mente na recuperação dessas e de outras doenças.

 

O que o placebo nos ensina

As primeiras evidências sobre o poder da mente surgiram nas pesquisas com placebo. Esse tipo de estudo compara dois grupos: um recebe o medicamento real, outro toma uma “pílula de farinha”. O objetivo é medir os efeitos reais do tratamento.

Porém, para a surpresa dos cientista, muitos pacientes melhoram, mesmo sem o princípio ativo. Em 1950, um estudo mostrou que cerca de 30% dos pacientes que usaram placebo relataram alívio nos sintomas. Esses efeitos foram observados em diversas condições: câncer, depressão, fobias, alergias e até síndrome do intestino irritável.

Um caso curioso envolveu pacientes com mal de Parkinson. Neste estudo, os pacientes sabiam que tinham 75% de chance de receber o medicamento verdadeiro. Mesmo assim, quem tomou placebo apresentou melhora significativa. Em outras palavras, a expectativa influenciou o corpo.

E mais: em alguns estudos, os pacientes sabiam que estavam tomando placebo. Ainda assim, melhoraram. Isso é chamado de “placebo com rótulo aberto”. A Escola de Medicina de Harvard foi pioneira ao conduzir estudo envolvendo o chamado “placebo open label — quando o paciente sabe que está tomando um placebo. Um dos primeiros testes envolveu pessoas com síndrome do intestino irritável. E o resultado surpreendeu: mesmo cientes de que o medicamento não continha princípio ativo, os participantes apresentaram mais melhorias do que aqueles que não tomaram nada.

Com isso, um novo mercado surgiu. Hoje, nos Estados Unidos, já existe um mercado de placebos . E eles continuam gerando efeitos.

 

Saúde, não é só ausência de doença

Apesar dos avanços, ainda há muito a ser descoberto. Porém, uma coisa já está clara: pessoas que acreditam no tratamento apresentam níveis mais baixos de cortisol. Esse hormônio, liberado em excesso em situações de estresse, atrapalha o sistema imunológico e enfraquece as defesas do corpo. Portanto, a forma como administramos o estresse, gera um impacto importante para a nossa saúde.

Mas o que, afinal, é saúde? Para a maioria das pessoas “saúde” significa “ausência de doença”. Em outras palavras, ou você está doente ou está saudável. Essa visão é limitada, pois enxerga a saúde como algo estático. No entanto, a realidade é mais complexa.

Desde 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado completo de bem-estar físico, mental e social — e não apenas a ausência de enfermidades. Essa visão mais ampla muda tudo.

O papel da saúde mental

Quando falamos de saúde mental, não estamos falando de ausência de transtornos. Estar bem mentalmente é ter recursos para enfrentar os desafios da vida cotidiana. ” Saúde mental não consiste na ausência de transtornos ou um estado permanente de bem-estar. Na verdade ela consiste em lidar de forma razoável com os acontecimentos da vida.””, afirma o psiquiatra Gustavo Estanislau, especialista em Saúde Mental do Instituto Ame Sua Mente.

Por isso, cuidar da mente é cuidar da saúde. Mesmo quando há uma doença física, manter o equilíbrio emocional pode acelerar a recuperação. Corpo e mente se influenciam o tempo todo.  A ciência ainda busca entender todos os mecanismos dessa conexão. Mas já sabemos que o equilíbrio desses fatores são essenciais para o nosso bem-estar que, por sua vez, influencia qualquer tratamento.

Gostou do conteúdo? Então confira também como a meditação e o mindfulness podem contribuir para a sua saúde mental e qualidade de vida.

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