O câncer de mama é o segundo tipo mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ficando atrás apenas do câncer de pele. Entre as mulheres, é o mais incidente — tanto no país quanto no mundo. Durante o Outubro Rosa, campanha dedicada à conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, é importante lembrar que receber esse diagnóstico é um desafio. Além dos impactos físicos do tratamento, a saúde mental também pode ser profundamente afetada.

Cada pessoa reage de maneira diferente a uma notícia como essa. Fatores como traumas anteriores, histórico de transtornos mentais, ausência de rede de apoio e dificuldades financeiras podem tornar o enfrentamento ainda mais difícil.

Embora o estresse crônico não seja uma causa direta da doença, ele também pode influenciar o prognóstico. Afeta negativamente o organismo e contribui para a progressão da doença. Outro impacto psicológico possível é o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Lidar com uma doença tão séria pode deixar marcas emocionais duradouras.

Tratamento do câncer de mama e seus impactos na saúde mental

Todo esse abalo emocional afeta o bem-estar geral da mulher diagnosticada. Assim, é comum o surgimento de dificuldades para dormir, perda de memória, ansiedade, depressão, entre outras complicações psicológicas. Mas, para além dos impactos causados pela ameaça de perigo que a doença traz, o tratamento contra o câncer de mama é agressivo tanto para o corpo quanto para a mente.

A quimioterapia, por exemplo, pode causar fadiga, náuseas e perda de apetite. Já a terapia hormonal pode provocar oscilações de humor e até desencadear uma menopausa precoce, conhecida como menopausa médica. Ainda alguns tipos de radioterapia, aplicados na região do tórax ou pescoço, e medicamentos imunoterápicos podem afetar o funcionamento da tireoide, resultando em episódios de tristeza ou cansaço.

 

Mesmo cientes da dificuldade da jornada, muitas pacientes têm dificuldade para buscar ajuda para manter o equilíbrio psicológico durante o tratamento.Por isso, é fundamental incentivar o cuidado com a saúde mental desde o início, antes que a sobrecarga se torne insustentável.

Os sinais de alerta nem sempre são óbvios. Dificuldade para realizar tarefas do dia a dia, sensação de incapacidade, isolamento social ou problemas nos relacionamentos são indicativos importantes de sofrimento emocional.

Os indicativos de questões psicológicas durante esse período podem ser muito sutis. A sensação de não conseguir realizar tarefas do cotidiano, como estudar ou trabalhar, sentir a perda da capacidade de superação das dificuldades ou problemas para se relacionar com amigos e familiares são sinais de alerta

Cuidados com a mente é parte do tratamento

Cuidar da saúde mental pode tornar o tratamento menos difícil. Técnicas de relaxamento, respiração, e meditação ou mindfulness ajudam a acalmar os pensamentos e promovem presença e foco. Além disso, a criação de redes de apoio e a psicoterapia promovem o conforto, a autoconfiança e o autoconhecimento, fortes aliados nesse processo.

Mas como podemos apoiar alguém que recebeu o diagnóstico de câncer de mama?

Uma das atitudes mais importantes é estar presente. Falar sobre o problema e, principalmente, escutar com atenção e sem julgamentos, são formas simples, mas poderosas, de oferecer suporte. Empatia, sensibilidade e acolhimento fazem toda a diferença.

Também é essencial ajudar em questões práticas do cotidiano. O tratamento pode afetar o desempenho no trabalho e nas tarefas domésticas, ampliando a sobrecarga mental, que muitas vezes já é alta entre as mulheres. Vale lembrar: o trabalho invisível impacta diretamente a saúde mental feminina.

Por fim, além do acompanhamento médico, é importante contar com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutricionistas. Esses profissionais são fundamentais para garantir um cuidado integral — do corpo e da mente — durante e após o tratamento.

 

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