Guia de saúde mental: entenda, cuide e previna

 

Nesse guia de saúde mental, mostramos que o bem-estar emocional vai muito além da ausência de doença: em outras palavras, é a capacidade de sentir, pensar e agir com equilíbrio diante dos desafios do dia a dia. Além disso, esse cuidado é essencial para cultivar vínculos, desenvolver potencial pessoal e viver bem.

Podemos descrever a saúde mental como um estado dinâmico que resulta da interação entre nossas habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais em relação ao ambiente em que vivemos. Ela se relaciona com a capacidade de reconhecer, expressar e modular emoções, lidar com adversidades e desempenhar tarefas sociais.
Por isso, cuidar da saúde mental é cuidar da vida e do que dá sentido a ela. Consequentemente, isso envolve atenção contínua, práticas de cuidado e busca de apoio quando necessário.

Neste guia de saúde mental, apresentamos fundamentos claros sobre:

  • Por que ela importa?
  • Habilidades socioemocionais
  • Guia de saúde mental sem reforçar o estigma
  • Fisiologia do cérebro
  • Guia de saúde mental e prevenção: quando algo não vai bem?
  • Sinais de alerta
  • Estatísticas: prevalência de transtornos mentais
  • Saúde mental infanto-juvenil
  • Fatores de proteção: cuidados com a mente

Guia de Saúde Mental: Por que isso importa?

A saúde mental influencia todos os aspectos da vida: portanto, está ligada ao equilíbrio emocional, à forma de lidar com o estresse e à autoestima. Além disso, afeta diretamente nossas relações, desempenho nos estudos e no trabalho, além da tomada de decisões, da adaptação às mudanças e da manutenção de hábitos saudáveis.

Tratá-la como prioridade não é luxo; pelo contrário, é estratégia de bem-viver. Desse modo, uma rotina saudável, que inclua descanso, movimento do corpo, alimentação equilibrada e conexões humanas, funciona como fator de proteção e favorece o desenvolvimento emocional.

Lembre-se: nosso estado emocional molda a forma como percebemos o mundo. Sendo assim, vale a regra das instruções de voo — primeiro, coloque a máscara em você para depois ajudar os outros.

Saúde mental e habilidades socioemocionais

Todas as emoções — agradáveis ou não — fazem parte da experiência humana e cumprem um papel adaptativo. No entanto, a expectativa de um estado contínuo de felicidade, somada à negação das próprias emoções, tende a gerar frustração. Por isso, reconhecer e aprender a lidar com os sentimentos mais desafiadores é essencial.

As habilidades socioemocionais são competências que nos ajudam a conviver com diferentes estados emocionais, superar desafios e retomar o equilíbrio. Além disso, elas fortalecem o bem-estar, favorecem relações saudáveis e ampliam nosso potencial de contribuição para a sociedade.
Embora a infância seja uma janela de oportunidade, a boa notícia é que essas competências podem ser desenvolvidas ao longo de toda a vida.

 

Videocast #24 Instituto Ame Sua Mente

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Informação sobre saúde mental para combater o estigma

 

 

O estigma é um dos maiores obstáculos que afasta as pessoas do acompanhamento profissional. Como resultado, ele posterga diagnósticos e tratamentos eficazes.

  • 85% dos casos de transtornos mentais em todo o mundo não são tratados.¹
  • 6 a 8 anos é o tempo médio estimado de atraso dos diagnósticos.²

Transtornos mentais não são fraquezas ou drama: pelo contrário, envolvem alterações no funcionamento cerebral que comprometem habilidades emocionais e cognitivas.

Além disso, esses quadros são multifatoriais, resultam da combinação de fatores genéticos e ambientais — relacionados ao contexto social e ao estilo de vida.

Informação de qualidade é a melhor arma contra o preconceito.

Assim, acesse nosso menu de conteúdos exclusivos baseados em evidências científicas, que abordam saúde mental em diferentes formatos com linguagem acessível.

 

Conteúdos do site Ame Sua Mente

Conteúdos do site Ame Sua Mente

 

Fisiologia do cérebro: o que você precisa saber

O cérebro é uma rede com bilhões de neurônios que se comunicam por impulsos elétricos e neurotransmissores. Confira alguns desses neurotransmissores e suas funções:

  • Serotonina: humor, bem-estar e regulação emocional.
  • Dopamina: motivação, prazer e recompensas.
  • Cortisol: resposta ao estresse.
  • Melatonina: regulação do sono, energia e recuperação.

O funcionamento cerebral regula pensamentos e comportamentos, o quais, por suas vez, moldados pela interação entre fatores biológicos e sociais. A boa notícia é que existe a neuroplasticidade: com psicoterapia, hábitos consistentes e, quando indicado, tratamento medicamentoso, o cérebro pode se reorganizar e aprender novos caminhos. Dessa forma, a recuperação se torna mais provável.

Cuidados com a saúde mental e prevenção

O passo mais importante é a atenção aos sinais. Frequentemente, os sintomas começam já na infância e na adolescência — por isso, o acompanhamento precoce de problemas de saúde mental é fundamental para restabelecer o equilíbrio.

Antes de seguirmos, é importante compreender o conceito de espectro: existem diversas variáveis que se relacionam com a saúde mental ao longo de uma linha que conecta dois extremos — da saúde plena ao transtorno mental. Para ilustrar melhor, veja o esquema abaixo.

 

1

Tristeza, ansiedade, medo, tensão.
Sofrimento: leve
Impacto: pequeno, proporcional
Duração: curta

Insônia, irritabilidade, tensão, medo.
Sofrimento: moderado
Impacto: moderado
Duração: média, autolimitada

Sintomas repetitivos, incapacidade de superação.
Sofrimento: grande
Impacto: grande
Duração: prolongada

Acesse a ficha informativa e entenda mais sobre esse espectro da saúde mental ao transtorno.  

Clique e baixe.

Sinais de alerta: quando buscar ajuda

Veja alguns sinais que podem indicar questões de saúde mental que merecem atenção, além disso, procure apoio se esses sintomas persistirem por semanas e começarem a prejudicar sua rotina.

  • sono irregular, fadiga constante, dores de cabeça e tensão muscular;
  • esquecimentos frequentes, dificuldade de concentração e queda de rendimento;
  • irritabilidade fora do comum, explosões de raiva;
  • isolamento, apatia, perda de interesse;
  • alterações importantes de apetite e peso;
  • desesperança e pensamentos de morte (sinal vermelho).

Em síntese, é preciso olhar para dentro e para o lado com atenção e cuidado. Cuidar da mente é cuidar da gente. Por fim, quanto mais cedo, melhor!

Estatísticas e panorama da saúde mental

A saúde mental é um dos maiores desafios da atualidade. Afinal, estilo de vida acelerado, excesso de telas, cultura da produtividade, instabilidade econômica e intolerância (como bullying, preconceito e racismo) agravam o cenário.

Os dados de pesquisas recentes revelam um cenário preocupante, que, portanto, exige atenção imediata, ações coletivas e mudanças estruturais. Assim, políticas públicas e iniciativas locais fazem diferença.

Início precoce:
50% dos transtornos mentais começam antes dos 14 anos
45% até os 24 anos.

Ansiedade:
O Brasil lidera o ranking global de casos de ansiedade, com mais de 18 milhões de pessoas afetadas – aproximadamente 9,3% da população.

Depressão:
5,8% da população brasileira — cerca de 11,5 milhões de pessoas — sofre de depressão, o maior índice da América Latina.

Afastamentos do trabalho:
Em 2024, os afastamentos laborais por transtornos mentais atingiram o maior patamar da última década, com aumento de 64% em relação a 2023, somando quase meio milhão de licenças.

Classificação global:
O Brasil ocupa a 4ª pior colocação no ranking mundial de saúde mental. Aproximadamente 34% da população relata estresse e dificuldades emocionais, com os jovens abaixo de 35 anos entre os mais impactados.

Saúde mental infantojuvenil

No Brasil, pela primeira vez, os registros de ansiedade entre crianças e adolescentes superaram os de adultos. Portanto, as taxas de suicídio também apontam para uma crescente vulnerabilidade: entre 2011 e 2022, houve um aumento médio de 6% ao ano.

As notificações de autolesões entre jovens de 10 a 24 anos subiram 29% anualmente no mesmo período. Em 2023, o grupo de 15 a 19 anos registrou 1310 internações por tentativa de suicídio.

Um em cada sete jovens entre 10 e 19 anos convive com algum transtorno mental, sendo eles, depressão, ansiedade e transtornos de comportamento os mais comuns. Dessa maneira, para mudar essa realidade, o papel da escola, da família e da sociedade é fundamental. Quanto mais cedo o apoio chegar, maiores as chances de resgatar a qualidade de vida e o desenvolvimento saudável.

Fatores de proteção: cuidados básicos

Para preservar a saúde mental ou buscar maior efetividade do tratamento de um quadro de transtorno mental, comece pelo básico e mantenha a consistência. Em seguida, ajuste a rotina conforme sua realidade.

  • Sono regular: mantenha horários consistentes, assim, evite telas antes de dormir e aproveite a luz da manhã.
  • Movimento: caminhe, alongue-se, dance ou pratique esportes. Atividade física libera neurotransmissores que regulam o humor.
  • Alimentação equilibrada: planeje refeições ao longo do dia; o intestino e o cérebro estão diretamente conectados.
  • Conexões humanas: reserve tempo de qualidade com pessoas queridas.
  • Vínculos de confiança: pratique a escuta, a vulnerabilidade e conversas honestas.
  • Pausas e lazer: arte, música, leitura e natureza nutrem a mente.
  • Limites digitais: reduza notificações e crie períodos offline.

Saúde mental é para todos. Logo, pequenos ajustes no estilo de vida e atitudes de autocuidado fortalecem a mente e previnem problemas.

Por isso, clique e veja mais sobre hábitos protetivos.

Escolha hoje um passo possível do guia de saúde mental: tenha uma conversa, faça uma pausa, imponha um limite, por fim, peça ajuda.

Você não precisa atravessar isso sozinho(a).
Saúde mental é vida. E, acima de tudo, é um projeto coletivo. #amesuamente

1: (OMS – WHO Special Initiative for Mental Health)
2: Failure and Delay in Initial Treatment Contact After First Onset of a Mental Disorder” de P. S. Wang et al. (2005)

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